terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Incrível Manifestação do Dia Internacional dos Direitos dos Animais

O Dia Internacional dos Direitos dos Animais, comemorado em todo o mundo em 6 de Dezembro, dessa vez contou com uma manifestação sem igual e nunca vista sensibilizando pessoas do mundo inteiro para a causa animal. A manifestação foi realizada pela ONG Igualdad Animal, da Espanha, na Porta do Sol em Madrid. Foi algo tão bem feito e tão sensibilizador que em poucas horas a notícia já corria o mundo e era divulgado pelos mais diferentes meios. Eis a tradução dos acontecimentos que nos foi enviado por E-Mail pela referida organização:


Coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos Humanos, Igualdad Animal celebrou no Dia Internacional dos Direitos dos Animais, como vínhamos fazendo há vários anos, reivindicando que o mesmo respeito que devemos ter para com os humanos tem que estender-se ao resto dos animais. Mais de uma centena de ativistas de Igualdad Animal provenientes de diversas regiões da Espanha e do estrangeiro, sustentamos em nossas mãos os corpos mortos de cordeiros, galinhas, visões, porcos, frangos, peixes, gatos, zorros e coelhos que haviam sido mortos nas granjas de exploração animal.

Mostramos deste modo a face mais dolorosa do consumo de animais, dando a oportunidade para uma reflexão da sociedade sobre a necessidade de respeitar os animais de outras espécies com os quais compartilhamos o planeta.


Durante todo o ato houve um respeitoso silêncio, só quebrado pelas descrições que fizemos sobre como havia sido a vida e a morte desses indivíduos que jaziam nesses momentos sem vida nas mãos daquelas pessoas que haviam decidido deixar de explorar-lhes e ajudar-lhes. Alguns ativistas não puderam reprimir as lágrimas de pena e emoção ao ter o corpo de uma vitima em suas mãos... umas lágrimas que se contagiaram a diversas pessoas do público, que puderam compreender a injustiça de tirar-lhes o direito de viver.


Em mais de trinta anos que estou no movimento, nunca havia participado de um ato como este. John Curtin – Inglaterra


Este impactante e emotivo ato obteve a repercusão imediata excepcional, sendo recolhido por meios de comunicação de países como Rússia, Austrália, Estados Unidos, Peru, Noruega, Bélgica, Jamaica, Argentina, África do Sul, Venezuela, Polônia, Inglaterra, Portugal, República Checa, França, Eslovênia e Itália entre outros.


A manifestação foi aclamada em todo o mundo e por sua impressionante colocação em cena e seu respeitoso modo de reivindicar o respeito que merecem todos os animais. Tirando das granjas os corpos sem vida desses animais, que haviam padecido a exploração nas mãos dos humanos, evitamos que essas mortes permanecessem ignoradas e ajudamos para que a sociedade se dê conta do terrível dano que causamos aos demais animais com nossos hábitos.


Era muito pequena, ainda tinha um cordão umbilical fresco, pendurado. Rosa com bolinhas pretas, maravilhosa. Eu a imaginava correndo alegremente, desfrutando de suas primeiras horas de vida. Mas não, estava morta e nunca mais despertaria. Nasceu para sofrer e morrer, um hematoma tremendo evidenciava esse sofrimento e enquanto eu a sustentava pensava no que isto implica, a todos e a cada um dos dias, a cada momento.


Olhava a gente ao redor sentindo-me pior do que faz muito não me sentia, desejando que este corpo que sustentava e todos e cada um de meus companheiros não tivessem morrido nunca, e que despertassem para viver uma vida plena, que a gente que passava se fixassem um segundo neles e vissem o que esses corpos significavam. Laura – Valencia


Eu tive que sustentar um pequeno pintinho com apenas horas de vida. Minhas grandes luvas de látex se curvavam para formar um leito para dar algum calor para aquele corpo que só conhecia a dor e terror. Fazia frio e minhas mãos tremiam, e a emoção me fez pensar que aquele pequeno corpo que sustentava podia voltar à vida, essa vida arrebatada pela ignorância e a injustiça. Fechei os olhos por uns milésimos de segundo, esperando que o sonho impossível da justiça se fizesse realidade, mas quando os abri continuava morto, inerte. Então pensei que se voltasse a fechá-los, haveria uma maré de pessoas reclamando seus direitos, e dessa vez sim, era real.

Xoxe Gopar – Barcelona


Para começar, a organização é muito boa... saber que havia alguém sempre ali para ajudar para se um ativistas não podia já sustentar os cadáveres das vítimas foi tranqüilizador, porque realmente foi algo muito duro de se fazer. Obrigado a todos por isso.


E claro, foi um ato muito comovente. Estar ali e ver as pessoas que possivelmente pela primeira vez viam literalmente os olhos das vítimas e choravam como fizeram várias das pessoas que passavam... isso foi muito emotivo. Isso me fez sentir a força da manifestação, as muitas pessoas que se foram pensando e fazendo conexão, certamente recolocando-se sobre suas atitudes. E essa força se viu com a difusão mundial que teve o ato. Quando só fazia horas que havia terminado e já saia nos meios digitais e ainda agora seguimos encontrando novos meios que difundem a notícia. Outro ato inesquecível. Não só para todos os meios digitais e impressos, em vários idiomas, em outras televisões do mundo. Um impacto para todos.

Daniella Paola – República Checa


Fonte: http://jornalanimais.blogspot.com/2010/01/veja-como-foi-mais-incrivel.html

Protesto Contra Rodeios do O Teatro Mágico

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Humanos!

Maionese de soja


Ingredientes

- 1 xícara (chá) de extrato de soja "leite" gelado
- 1 colher (sopa) de caldo de limão
- 1 colher (chá) de sal
- 5 azeitonas picadas
- 1/4 de cebola picada
- Óleo de soja gelado

Modo de preparo

- Adicionar todos os ingredientes, com exceção do óleo, no copo do liquidificador e bater.
- Adicionar o óleo, bem devagar, no centro da massa até atingir uma consistência firme, quando ocorre o fechamento do "furo" no centro da maionese e o liquidificador não consegue mais bater.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Expansão de biocombustível pode aumentar emissões do Brasil


A expansão da produção de biocombustíveis no Brasil pode aumentar as emissões de dióxido de carbono do país, ao invés de reduzi-las, e empurrar a pecuária para a Amazônia e o Cerrado, de acordo com um estudo da universidade de Kassel, na Alemanha.
A pesquisa, publicada na última edição da revista científica Proceedings of the Academy of National Sciences, calcula que a expansão da pecuária rumo à Amazônia - provocada indiretamente pela expansão das plantações de cana-de-açúcar e soja, usadas na produção de etanol e biodiesel -seria responsável por quase metade do desmatamento previsto para ocorrer até 2020.
Com isso, o país levaria quase 250 anos para poupar, através do uso de biocombustíveis em vez de combustíveis fósseis, a quantidade de carbono liberada pelo desmatamento dessas áreas.
A expansão das plantações de cana se concentraria principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná; e em menor escala, no Nordeste.
Já a soja, segundo a pesquisa, avançaria nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Amazônia e Cerrado
No entanto, a consequência indireta dessa expansão seria o avanço da pecuária para Amazônia e para o Cerrado. Nos modelos produzidos pelos estudiosos, plantações de cana e soja seriam os responsáveis indiretos por 41% e 59% do desmatamento na região, respectivamente.
Além disso, a pesquisa sugere que entre os biocombustíveis produzidos no Brasil, o óleo de palma seria o que menos emissões de carbono produziria.
O estudiosos também afirmam que, nos próximos anos, "uma colaboração mais estreita ou uma relação reforçada entre os setores do biocombustível e pecuária é crucial para uma economia eficaz de emissões de biocombustíveis no Brasil".
Os pesquisadores de diversas instituições alemãs, liderados por David Lapola, da universidade de Kassel, advertem que utilizaram em seus cálculos aumentos "algo otimistas" de produtividade na agricultura.
"De fato, os nossos resultados podem ser piores, em vista das projeções de potenciais colheitas por causa de avanços tecnológicos", diz o documento.
Os pesquisadores afirmam que, sem este aumento de produtividade nas potenciais colheitas até 2020, o tempo necessário para pagar a "dívida de carbono" - a economia de carbono provocada pela troca do combustível fóssil por biocombustíveis - passaria a mais de 400 anos.
Os cálculos dos pesquisadores foram feitos tomando como base os planos brasileiros de expansão de uso e produção de biocombustíveis.
Além disso, foram realizadas simulações de como este aumento se refletiria em termos de mudanças diretas e indiretas do uso do solo.


fonte: BBC Brasil

Será que podemos afirmar...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Bolo de Chocolate Vegan

Ingredientes

3 xícaras de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara de açúcar
6 colheres (sobremesa) de cacau em pó
2 colheres (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
6 colheres (sopa) de óleo vegetal
2 colheres (chá) de baunilha
2 colheres (sopa) de vinagre
2 xícaras de água gelada

Preparo

Em uma tigela grande, peneire todos os ingredientes secos e misture bem. Em outra tigela, junte todos os ingredientes líquidos. Preste atenção para a água, que deve estar muito gelada e ser o último ingredientes a ser colocado. Junte então, todos os ingredientes, bata na mão ou na batedeira, em velocidade baixa, por 4 minutos. Despeje a massa em uma forma untada e enfarinhada. Pré-aqueça o forno por 5 minutos, no mínimo, antes de colocar o bolo. Asse na temperatura mais baixa do forno, por cerca de 40 minutos. Espere esfriar por completo para desenformar.

"Proteínas"

http://www.cadastroveg.org/



O cadastro-veg é um espaço para registramos o avanço do vegetarianismo.
Para isto foi cridado um questionário mínimo obrigatório onde todos devem preencher com dados sobre si próprios em espaços onde podem colocar outros dados complementares a seu respeito e sobre o hábito do vegetarianismo.É um espaço de pesquisa deste universo veg e para aqueles que também queiram nos conhecer.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mitos e fatos sobre a vitamina B12

Valerie Copeland

A maioria dos que optaram pela dieta vegetariana sabe que os vegetarianos vivem mais, têm menor incidência de câncer e menor risco de ataques e doenças do coração. As refeições vegetarianas (e vegans inclusive) fornecem as quantidades adequadas de todos os nutrientes que precisamos - com a possivel exceção da Vitamina B-12, que é importante na produção de hemácias e na manutenção do sistema nervoso.
A B-12 é uma vitamina essencial que é produzida somente por microorganismos tais como bactérias, fungos e algas; animais e plantas não podem sintetizar B-12 (os animais são fontes de B-12 para os não-vegetarianos porque animais ingerem microorganismos).
Os vegetais que não são lavados também podem conter quantidades significativas se estiverem contaminados com bactérias produtoras de B-12. No entanto, em países desenvolvidos, onde os vegetais são lavados durante a colheita, essas bactérias são facilmente perdidas.
A necessidade da Vitamina B-12 é pequena. A dose diária recomendada é de 2 microgramas (mcg), e os estudiosos acreditam que 1 mcg/dia pode ser suficiente [1]. A deficiência é rara, já que nossos organismos normalmente armazenam suprimentos de B-12 para vários anos, conservando-a e reabsorvendo-a dos nossos resíduos.
De longe, o problema mais comum com relação à B-12 não é a deficiência na dieta, mas sim a incapacidade que uma minoria de pessoas tem de absorvê-la devido à deficiências enzimáticas; essas pessoas podem receber injeções periódicas de B-12. Devemos consultar um médico se sentirmos que pode haver uma deficiência de B-12 em nosso organismo.
A dose necessaria é pequena e a deficiência é rara ... As fontes de B-12 incluem cereais enriquecidos, leite de soja enriquecido, suplementos e levedura nutritiva enriquecida.
Os lacto-ovo-vegetarianos que ingerem uma variedade de alimentos não têm problema em atender todas as necessidades vitamínicas, incluindo a B-12. Os lacto-vegetarianos também têm pouca dificuldade em obter B-12 em suas dietas. Entretanto, os vegans podem sofrer de deficiência de B-12 se não fizerem o esforço consciente de incluir uma fonte confiável de B-12 em suas dietas.
Vários do alimentos que se pensava que continham B-12, na realidade não a contêm, ou contêm apenas substâncias similares à B-12 mas que não possuem atividade biológica e podem até inibir a absorção de B-12.
Os seguintes alimentos não contêm B-12 ou contêm apenas substâncias análogos à B-12:

Tempê
Amarante (Pau-roxo)
Tamari Shoyu
Espinafre
Missô
Alfafa
Nabo
Ameixa Japonesa (Umeboshi)
Alga Leguminosas
Tofu Espirulina (tipo de alga)
Amendoim
Malte de Cevada
Confrey
Feijão de Soja
Pão Sourdough
Água de Chuva
Cogumelos Shiitake

As fontes confiáveis de B-12 podem ser encontradas facilmente em vários cereais enriquecidos, leite de soja enriquecido (como o Eden Soy Extra), alguns substitutos da carne ("carne" e "hamburguer" vegetais) e todos os suplementos multivitamínicos comuns (veja se o rótulo consta do seu nome científico "Cianocobalamina").
As leveduras nutritivas enriquecidas, tais como a Red Star T6635 (uma colher de sopa fornece 4 mcg) tambem são uma fonte excelente. Esses produtos podem ser encontrados em algumas lojas de alimentação integral.

____________
[1] Herbert, V. (1988) Vitamina B-12: fontes vegetais, doses necessárias e análise. (Vitamin B12: Plant Sources, Requirements, and Assay) Am J Clin Nutr 1988, 48:852-858. [2] Messina, M. and Messina, V. (1996) no livro O Guia do Nutricionista para as Dietas Vegetarianas, Questões e Aplicações (The Dietitian's Guide to Vegetarian Diets, Issues and Applications). Aspen Publishers, Inc., Gaithersburg, MD, pag. 168.


Pandora é aqui?

Por: Marina Silva

O Ibama concedeu a licença prévia para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Trata-se de um projeto muito polêmico, localizado no rio Xingu, no Pará, próximo ao município de Altamira, numa região conhecida como Volta Grande do Xingu. O nome deve-se ao desenho do rio que, visto de cima, assemelha-se a uma "ferradura".

Por meio de barragens, as águas do rio serão desviadas para um canal que unirá as pontas mais próximas dessa "ferradura". Ao final desse canal, as águas passarão pelas turbinas antes de retornarem ao seu curso normal.

Como tudo na Amazônia, os números que envolvem a obra são gigantescos. A quantidade de terra e pedra que será retirada na escavação do canal é cerca de 210 milhões de m³ - um pouco menor da que foi removida na construção do Canal do Panamá. E ainda nem se definiu qual a destinação desse material.

Pelo leito do rio Xingu passa uma vazão de 23.000 m³/s de água no período de cheia. Um volume correspondente a quatro vezes a vazão, também nos períodos de cheia, das Cataratas do Iguaçu.

Os impactos socioambientais também terão essa mesma ordem de grandeza. E ainda não foram concluídos. Só sobre a fauna, segundo dados coletados durante o Estudo de Impacto Ambiental, podemos ter uma idéia. Na área existem 440 espécies de aves (algumas ameaçadas de extinção, como a arara-azul), 259 espécies de mamíferos (40 de porte médio ou grande), 174 de répteis e 387 de peixes.

Apenas a eficiência energética da usina não será tão grande. Uma obra colossal que custará certamente mais de R$ 30 bilhões - se somados todos os gastos, como o custo e a extensão da linha de transmissão, por exemplo - terá uma capacidade instalada de gerar, em média, 4.428 MW, em razão do que poderá ser suportado pelo regime hídrico do rio, nesta configuração do projeto. E não os 11.223 MW que estão sendo equivocadamente anunciados.

A energia média efetiva entregue ao sistema de distribuição será de 39% da capacidade máxima de geração, enquanto a recomendação técnica indica que essa eficiência seja de pelo menos 55%.

Para que Belo Monte possa apresentar um grau de eficiência energética compatível com as recomendações técnicas, seria necessária a construção de outras três hidrelétricas na bacia do rio Xingu, que teriam a função de regularizar a vazão do rio. Por ora, a construção dessas usinas foi descartada pelo governo porque estão projetadas para o coração da bacia, onde 40% das terras pertencem aos indígenas.

No entanto, a insistência em manter o projeto nessa dimensão (apesar de haver alternativa de barragem com quase metade da capacidade instalada e perda de pouco mais de 15% na potência média gerada) provoca forte desconfiança, tanto dos analistas como das comunidades e dos movimentos sociais envolvidos, de que a desistência de construir as outras três hidrelétricas seja apenas temporária.

A população indígena - são mais de 28 etnias naquela região - ficará prensada entre as cabeceiras dos rios que formam a bacia, hoje em processo acelerado de exploração econômica e com alto nível de desmatamento acumulado. E a barragem, além de interromper o fluxo migratório de várias espécies, vai alterar as características de vazão do rio.

É incrível que um empreendimento com esse nível de interferência em ambientes sensíveis seja idealizado sem um planejamento adequado quanto ao uso e à ocupação do território.

A solução de problemas dessa dimensão não pode ser delegada exclusivamente a uma empresa com interesse específico na exploração do potencial hidrelétrico, com todas as limitações conhecidas do processo de licenciamento.

Com a obra, são esperadas mais de 100 mil pessoas na região. Não há como dar conta do adensamento populacional que será provocado no meio da floresta amazônica, sem um planejamento para essa ocupação e um melhor ordenamento do território. Isso só pode ser alcançado através da elaboração de um Plano de Desenvolvimento Sustentável na região de abrangência da obra.

Essa foi uma grande omissão nesse processo, mas não a única. Não temos como deixar de indagar se não há outros aproveitamentos hidrelétricos que seriam mais recomendados, sob o ponto de vista dos impactos ambientais ou da eficiência energética.

No entanto, não há projetos com estudo de viabilidade técnica e econômica prontos para serem submetidos ao licenciamento ambiental. Apesar de o diagnóstico ser conhecido desde 2003, apenas em meados do ano passado foram finalizadas as primeiras revisões de inventário de bacia hidrográfica, como a do Tapajós.

Com isso, projetos polêmicos e com grandes impactos têm que ser analisados em prazos muitas vezes incompatíveis com o grau de rigor que deveriam ter, numa clara demonstração de como, muitas vezes, os ativos ambientais são afetados pela falta de planejamento de outros setores de governo.

Porém, nada foi mais afetado do que nosso compromisso ético frente à responsabilidade com o futuro de povos e culturas. Não foram sequer feitos estudos sobre os impactos que os povos indígenas terão. Só para exemplificar, o que significará para eles ter a vazão reduzida significativamente num trecho de 100km em função do desvio das águas para o canal? O plano de condicionantes tampouco menciona a regularização de duas Terras Indígenas (Parakanã e Arara), já bastante ameaçadas.

Estas e outras comunidades indígenas manifestam inconformidade por não terem sido ouvidas adequadamente, segundo os preceitos da Resolução 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, mas nunca implementada para valer.

O Brasil possui um importante potencial de geração de energia hidrelétrica a ser desenvolvido. Mas as dificuldades em retomar o planejamento do setor na velocidade que possibilite escolhas e uma análise segura por parte do setor ambiental, somada à indisposição em discutir uma proposta de desenvolvimento sustentável para as obras de infraestrutura localizadas na Amazônia, à percepção de que o governo não faz o suficiente para melhorar a eficiência energética do sistema (não só na geração) e para desenvolver as energias alternativas, acaba por produzir conflitos agudos e processos equivocados, que poderiam ser evitados.

Apesar dos discursos em contrário, ainda estamos operando no padrão antigo, que considera o meio ambiente como entrave ao desenvolvimento. Temos ainda um longo dever de casa a ser feito para ingressarmos definitivamente no século 21. Quem pensa que a história relatada no filme Avatar só pode ocorrer em outro planeta, engana-se: Pandora também pode ser aqui.

Marina Silva é professora de ensino médio, senadora (PV-AC) e ex-ministra do Meio Ambiente.

Fale com Marina Silva: marina.silva08@terra.com.br

sábado, 13 de fevereiro de 2010

COP15. Um grande rodízio de Pizzas!

No dia 19 de dezembro de 2009 foi realizada em Copenhagen uma conferência mundial sobre mudanças climáticas, a qual contou com 119 chefes de Estado e que deveriam decidir as metas de redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa e financiamentos para países pobres e emergentes, para lidarem com as catástrofes climáticas causadas pelo aquecimento global.

Mas o que foi visto, foi um verdadeiro rodízio de pizzas. O cenário foi repleto de interesses econômicos, principalmente se tratando dos Estados Unidos e da China, os quais se acharam no direito de ditarem suas regras para o mundo. Assim, a COP15 não chegou nem perto de realizar o que tinha proposto, limitando-se a reconhecer formalmente a necessidade da contenção do aumento da temperatura global em 2 graus Celsius e a criar um fundo de U$$ 100 bilhões para os países subdesenvolvidos, que estará disponível até 2020.

Já os tópicos relacionados à destruição do nosso planeta, catástrofes climáticas e o consumo de carne foram limitados aos manifestantes e algumas figuras do cenário da defesa ambiental, do qual pode-se citar Paul MacCartney (que lançou a campanha mundial Segunda Sem Carne), a presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira Marly Winckler e a senadora Marina Silva.

Porém o que me deixou mais intrigado foi o fato de nada se ouvir sobre as reduções do consumo de carne, sendo que uma pesquisa realizada em 2009 pelo WordWath Institute, uma das mais respeitadas ONGs do planeta, citou o resultado devastador de que 51% das emissões globais de CO2 se devem ao consumo de produtos de origem animal.

Portanto, o que se notou durante a conferência foi uma total falta de respeito ao nosso planeta, ao se negligenciar um assunto tão importante como esse. Também foi possível ver o elevado grau de egoísmo humano, que faz com que não nos preocupemos com o amanhã e muito menos com os outros seres, pois tudo o que importa é o nosso conforto e a nossa comodidade.

Assim, não espere que nosso políticos resolvam o grande problema que é o Aquecimento Global, pois o fracasso em Copenhagen só serviu para reafirmar que em uma sociedade movida pelo consumo, boa vontade, ética e respeito não tem vez ao ditarem as regras. Então, é necessário que a mudança parta inicialmente de nós mesmos, começando com a mudança de nosso hábitos de consumo e alimentação. Afinal o que está em jogo agora não é a sobrevivência das outras espécies, mas a sobrevivência da nossa.

Fonte: http://neuroniox.blogspot.com/

Está comprovado: crianças mais inteligentes optam por não comer carne

É oficial: os vegetarianos realmente são mais espertos. Mas não porque eles só comem folhas, frutas e vegetais. Pesquisadores da Universidade de Southampton descobriram que crianças com grande capacidade intelectual são mais propensas a rejeitarem carne e se tornarem vegetarianos na idade adulta. Só não se sabe ainda se a rejeição vem de uma preocupação com os animais ou com a própria saúde.

A iniciativa do estudo partiu de um fato médico intrigante: pessoas com QI's altos têm menos riscos de desenvolver doenças cardíacas. O ponto em comum encontrado foi o vegetarianismo, cuja dieta apresenta nível baixo de colesterol, o que significa uma menor pressão sanguínea e menor obesidade – fatores de risco dos infartos.

O estudo, publicado no "Jornal Britânico de Medicina", analisou oito mil pessoas nascidas em 1970 que tiveram seus QI's medidos aos 10 anos de idade. Em 2006, apenas 366 delas haviam se tornado vegetarianas – dentre as quais 120 comiam peixes e carne branca. Além de serem os mais inteligentes, os vegetarianos eram os mais educados e pertenciam a um nível social superior – mas não eram, necessariamente, os mais ricos. Trabalhavam mais na área de educação e praticavam caridade. "Além da dieta, a ética dos vegetarianos deve determinar também a área profissional de atuação" diz o estudo.

Ainda de acordo com a pesquisa, essa seria a vantagem da criança inteligente: um maior intelecto gera uma maior consciência e preocupação com a saúde, logo, maiores são as chances de se optar pela dieta vegetariana, que diminui a possibilidade de desenvolver problemas no coração na fase adulta.


Os benefícios da dieta vegetariana:

* A dieta vegetariana tem baixa taxa de gordura e grandes concentrações de fibras e vitaminas;

* Dietas vegetarianas estão ligadas a um nível baixo de colesterol, menor pressão sanguínea e menos obesidade;

* Vegetarianos correm menos risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, câncer e problemas psicológicos.

Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/3981

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Rondelli Vegan


Ingredientes:
1 rolo de massa para pastel
2 maços de espinafre (pode ser substituido por couve)
2 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho picados
400 g de tofu
100 g de nozes picadas (opcional)
Sal e pimenta a gosto


Mode de preparo:
Lave, escorra e pique o tofu. Em uma panela aqueça o azeite, doure o alho e coloque o espinafre. Mexa e deixe murchar. Tire o excesso da água e misture o tofu, as nozes, o sal e a pimenta.


Montagem:

Desenrrole uma parte da massa, coloque recheio e enrrole como um rocambole. Corte os rondelli em fatias, aproximadamente 3 centímetros. Repetir o processo até que todo o recheio acabe. Distribua os rondelli em uma refratária, cubra com molho branco (use leite de soja) ou vermelho.
Leve ao forno pré-aquecido, durante 30 minutos.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Informe-se


Mude o Mundo

Abre-se a porteira e através dela segue um animal em fuga, usando seus instintos, sua força e toda a sua coragem para fugir de um predador que se considera inteligente, racional e superior à todas as coisas.

O animal que corre e se esperneia entre as grades de ferro, nunca fez mal à ninguém, nunca matou, nunca roubou, mas mesmo assim é tratado como poucas pessoas na história da humanidade.

Ele é transportado em caminhões lotados, se sacolejando de um lado ao outro, no meio do fedor de estrume, debaixo da chuva, do sol e das humilhações. Ele não tem direito à água, à comida, ao afeto e ao respeito.

Sua pele é cortada com esporas, suas genitais são apertadas com tiras de couro e choques lhe são dados para que o circo dos horrores tenha a sua apresentação principal – a dor e o sofrimento.

Este animal é apenas mais um objeto das atrocidades humanas, assim como foram os judeus, os negros e as mulheres.

Dizem que este animal não tem alma, não pensa e foi feito para nos servir. Porém historicamente pode-se constatar que tal pensamento sempre foi utilizado quando queriam se esconder os verdadeiros motivos. Basta observar a história da escravidão no Brasil.

Os escravos eram separados de suas famílias, vendidos como objetos, chicoteados em praça pública e explorados fisicamente até a morte, como se suas vidas não tivessem nenhum valor, ou como se o respeito não tivesse significado em seus mundos.

O respeito também tem passado bem longe da vida dos animais usados em rodeios, pois tudo o que pode se observar ao frequentar uma arena é a hipocrisia e egocentrismo da humanidade, que mesmo com o nosso mundo caindo em um abismo de catástrofes climáticas, ainda pensa que pode se viver inconsequentemente, destruindo tudo e todos, simplesmente para a exaltação do ego.

Simplesmente não há motivo válido para se realizar um rodeio, assim como não houve para se matar centenas de judeus. Porém o homem sempre pode nos surpreender com a sua maldade.

Ele nos surpreendeu com as guerras, com as bombas atômicas, com assassinatos, roubos, corrupções, desmatamento, poluição e egoísmo ao ponto de causar a sua própria destruição.

Mas o que se mostra mais surpreendente é que as pessoas estão cansadas desse tipo de atitude e realmente desejam um mundo melhor, mas mesmo assim ainda financiam toda essa podridão ao participar de um rodeio, eleger políticos corruptos, consumir inconsequentemente, poluírem o nosso mundo e se tratarem como rivais.

Contudo, chegará um dia que as pessoas perceberão que as diferenças estão somente dentro das nossas cabeças e que um mundo melhor está apenas em uma mudança de hábito, pois animais ou não, todos ansiamos por isto.

Não Financie o Sofrimento, a Dor, a Humilhação e o Desrespeito aos Animais.

Diga Não aos Rodeios.





Proteína de soja à Parmegiana

Ingredientes:


-3 a 4 copos americanos de proteína de soja texturizada em pedaços (tipo almôndega)
-1 lata ou sachê de pomarola tadicional
-1 cebola picada
-200g (ou a gosto) de queijo mussarela fatiada
-Sal e cebolinha a gosto

Modo de fazer:

Coloque a proteína para hidratar em água morna com vinagre (o vinagre serve para tirar o cheiro forte da soja) deixe de 10 a 15 minutos. Escorra a água e separe a proteína.
Doure a cebola em óleo quente e em seguida despeje a pomarola o sal e a cebolinha. Deixe ferver, mexendo aos poucos. É como se faz um molho vermelho normal.
Quando o molho atingir fervura, despeje a proteína, mexa e deixe ferver em fogo baixo, por aproximadamente 10 a 15 minutos, para que a proteína absorva bem o molho. Só não pode ficar seco, tem que ficar caldoso. Se perceber que vai secar, deixe ao fogo por menos tempo.
Desligue, despeje em uma assadeira e então cubra com fatias de mussarela. Leve ao forno por 10 minutos, ou até o queijo começar a dourar. Pode ser assado em forno normal ou microondas.

É realmente uma delícia e uma ótima opção para nós, vegetarianos.

Saúde e paz para todos. Por Lua'na.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pense Nisso

Salpicão Vegan

Fonte: http://receitasvegans.blogspot.com/

- 1 xícara de proteína de soja fina
- 1 lata de milho
- 1/2 pimentão vermelho picado em cubinhos
- 1 pimentão verde picado em cubinhos
- 1/2 pimentão amarelo picado em cubinhos
- 3 cenouras raladas
- 150 gr de azeitonas picadas
- 250gr de champignon
- 1 xícara de tofu batido
- 2 xícaras de batata palha
- 2 colheres de sopa de óleo
- 1 cebola pequena ralada

Hidrate a soja e tire o excesso de água. Leve uma panela ao fogo com o óleo. Doure a cebola, acrescente a soja e refogue. Coloque um copo de água e temperos à gosto. Deixe cozinhar até secar, mexendo sempre pra não grudar. Deixe esfriar. Numa vasilha funda, misture a cenoura, o milho, o palmito, o pimentão, a soja e as azeitonas. Acrescente o tofu.
Misture a batata palha somente na hora de servir.

Documentário A Carne é Fraca

Alguma vez você já pensou na trajetória de um bife antes de chegar ao seu prato? Nós pesquisamos isso para você e contamos neste documentário aquilo que não é divulgado. Saiba os impactos que esse ato - de comer carne representa para a sua saúde, para os animais e para o planeta. Com depoimentos dos jornalistas Washington Novaes e Dagomir Marquezi, entre outros.

Assista o documentário Abaixo ou compre o DVD na Loja do Instituto Nina Rosa:







Pesquisa Revela Ligação entre a violência contra animais e contra seres humanos‏


A Humane Society of the United States (HSUS) é a primeira organização a conduzir um estudo nacional examinando a predominância de violência humana em situações que envolvem crueldade contra animais.O estudo da HSUS, conduzido de janeiro a dezembro de 2000, aponta números de pessoas que maltratam animais, tipos de animais maltratados e incidentes de violência em família nos casos mais comuns de crueldade contra animais, nos Estados Unidos.

Os resultados de um ano de estudo, descritos abaixo em detalhes, mostram que um número extremamente alto de de casos de crueldade intencional foram cometidos por adolescentes do sexo masculino, com idade inferior a 18 anos. Além disso, a pesquisa mostra que grande número de casos de crueldade intencional contra animais, também envolvem algum tipo de violência familiar, seja violência doméstica, maus tratos contra crianças ou idosos.

A HSUS compilou informações de 1624 casos de crueldade contra animais que ocorreram nos EUA no ano de 2000. Os relatos são de fontes bem documentadas, como a mídia e associações protetoras de animais locais. Desses casos, 922 envolvem violência intencional e 504 envolvem extrema negligência. O que se segue é uma avaliação do número de pessoas que cometeram maus tratos, tipos de abusos, outras formas de violência e número de pessoas que cometeram crueldade intencional.

Quem são os autores dos crimes?

Os do sexo masculino são responsáveis por 76% dos casos no geral e 94 % dos casos de crueldade intencional. Enquanto mulheres são responsáveis por apenas 24% do total, elas são responsáveis por 24% dos casos de severa negligência, incluindo 68% de casos de pessoas que criam muitos animais juntos.

Em casos de crueldade contra animais proposital, a maioria dos infratores era do sexo masculino e a maioria estava na faixa de menos de 18 anos: 31% cometido por adolescentes com idade inferior a 18 anos ( 94% por adolescentes do sexo masculino); 4 % cometido por crianças com idade inferior a 12 anos.

Existe uma ligação entre crueldade contra animais e violência humana?

Quase um quarto de todos os casos de crueldade contra animais proposital, envolve alguma forma de violência familiar. Violência doméstica foi a forma mais reportada, seguida por abusos contra crianças e pessoas idosas.
21% dos casos de crueldade contra animais intencional também envolvem alguma forma de violência familiar.
13% envolvem violência doméstica. Nesses caso, o culpado abusa do parceiro ou cônjuge, forçando a vítima a testemunhar atos de crueldade contra animais.

7% diz respeito a abusos contra crianças. Nesses caso o culpado abusa de suas crianças e (ou) forca a vítima a testemunhar atos de crueldade contra animais.
1% envolve abuso de idosos. Nesses casos, o culpado abusa do idoso e ou força a vítima a testemunhar atos de crueldade contra animais.

Quem são as vítimas?

Animais de companhia são os alvos mais freqüentes de crueldade, principalmente os cães ( 76% de todos os animais de companhia) que são comumente mais relatados que casos de crueldade contra gatos ( 19% de todos os animais de estimação). Esse número baixo de incidências, não corresponde ao que dizem os que trabalham na causa e isso sugere que o público, a mídia e os reforços das Leis, parecem dar menos importância para casos de crueldade contra gatos, que para casos que envolvem crueldade contra cães.

O que se segue é uma análise dos animais vítimas de crueldade neste estudo: 76% dos casos envolvem animais de companhia.
12% dos casos envolvem animais de fazendas.
7% dos casos envolvem animais selvagens.
5% dos casos envolvem múltiplos tipos de animais.

Que tipo de crueldade é cometida contra animais?

Mais de 57% dos casos revistos foram caracterizados como abuso intencional ou tortura, 31% envolvem negligência extrema, incluindo deixar o animal passar fome e sem cuidados básicos, e 12% envolvem ambos, negligência e crueldade direta.

Nos casos de crueldade contra animais intencional, as ofensas mais comuns são tiros, espancamento, arremesso do animal e (ou) mutilação.

33% dos caso envolvem tiros
14% dos casos envolvem espancamento
8% dos casos envolvem arremesso do animal
8% dos casos envolvem mutilação
6% dos casos envolvem queimaduras
6% dos casos envolvem envenenamento
5% dos casos envolvem facadas
4% dos casos envolvem rinhas
4% dos casos envolvem chutes
2% dos casos envolvem sexual abuso contra animais
2% dos casos envolvem afogamento
2% dos casos envolvem enforcamento
6% dos casos envolvem outras formas de violência intencional

Quantos animais são afetados?

Fica impossível dizer quantos animais sofrem ou estão em risco de serem vítimas de crueldade, porque no momento não h· no País um sistema de reforço de leis ou mesmo entidades pra monitorar todos os casos. Entretanto, no exemplo dos casos revistos nessa pesquisa, uma média de 3.4 animais foram vitimizados em casos de negligência. Na maioria (63%) os animais foram mortos ou tiveram que ser sacrificados devido ao resultado de seus ferimentos.

O relatório da HSUS corrobora com a mais recente pesquisa sobre a conexão entre crueldade contra animais e violência humana.

Apesar de ser este o primeiro estudo nacional para analisar a prevalência de violência humana em casos de crueldade contra animais, nas últimas duas décadas psicólogos, sociólogos e criminalistas têm conduzido diversos estudos para examinar a extensão de casos de crueldade contra animais em casos de violência em família. Interesse antigo na conexão entre crueldade contra animais e violência humana foi inspirado por casos contados pelo povo, compilados pelo FBI e outras agências criminalistas ligando assassinos seriais, estupradores seriais e assassinos estupradores a atos de crueldade contra animais antes da idade de 25 anos. Muitos desses casos, incluindo reportagem onde houve alegação de maus tratos a animais por David Berkowitz e Jeffrey Dahmer, têm sido amplamente divulgados pela mídia e trazido conscientização do público sobre a conexão entre violência humana e violência contra animais. Entretanto, recentes estudos e pesquisas constatando a incidência de crueldade contra animais onde h· casos de violência familiar, nos provê com evidências mais concretas.

Em 1995 pesquisadores entrevistaram uma pequena amostra de vítimas de violência doméstica que procuravam abrigo em Utah e descobriram que 71 % das que tinham animais de estimação receberam ameaças de seus agressores maltratarem ou matarem os animais da família. Estudos mais completos em 1997 e 2000, nos EUA e Canadá, corroboraram essas descobertas e examinaram o efeito que essas ameaças têm no sentido de evitar que a vítima saia dessa relação familiar abusiva. Pesquisas relacionadas a esses estudos revelam que mais de 20% das vítimas de violência doméstica afirmam terem adiado sair de uma relação afetiva abusiva, temendo a segurança dos animais de estimação. Em resposta a essa constatação, associações de bem estar animal começaram a fazer parcerias com as agências que atendem casos de violência doméstica, no sentido de desenvolver programas que propiciam abrigo emergencial temporário para os animais de estimação de vítimas de violência doméstica.

Similar aos casos de violência doméstica, os que abusam de crianças freqüentemente o fazem com animais para exercitar seu poder de controle sobre a criança .Em alguns casos forçam crianças a atos sexuais com animais ou exigem que elas matem o bicho de estimação favorito , a fim de chantageá-las para que mantenham os abusos como um segredo de família. Geralmente apenas a ameaça de machucar um animal da criança é suficiente para fazer com que ela se cale em relação às agressões que sofre. Um estudo realizado em 1983 referente ao New Jersey Division of Youth and Family Services for Child Abuse descobriu que 88% das famílias que têm animais de estimação com histórico de abuso físico, pelo menos uma pessoa cometeu crueldade contra animais. Em 2/3 dos casos o agressor é um dos pais. Entretanto em 1/3 as próprias crianças se transformam em agressores, muitas vezes imitando a violência que viram ou experimentaram, usando o animal como a vítima.

Recomendações da Humane Society of the United States: leis & soluções para a comunidade

Enquanto o estudo da HSUS é apenas uma amostra de milhares de casos de crueldade que as associações, os canis municipais e a polícia encontram a cada ano, os resultados do estudo nos dá um melhor entendimento de como crueldade contra animais se encaixa dentro de problemas maiores da comunidade e da violência em família. A alta porcentagem do envolvimento de adolescentes em atos intencionais de crueldade e a prevalência da violência em família em muitos dos casos de crueldade contra animais, sugerem a necessidade de leis e soluções na comunidade, para crueldade contra animais e violência humana.

Nos últimos anos a conscientização do público e de profissionais sobre essa conexão aumentou devido a pesquisas e muitos casos estudados. Como resultado, muitas áreas do país já começaram à ajustar leis sobre crueldade contra animais e estão desenvolvendo programas inovadores junto às comunidades designados a reduzir violência. 31 estados e o Distrito de Columbia elaboraram projetos de lei " felony level" (felony= mesmo nível de crime dos que cometem assassinato ou estupro. Sujeito a sentença severa por cometer crime considerado grave) e a maioria foi aprovada nos últimos anos. Muitos Estados também aprovaram leis exigindo avaliação psicológica e terapia para os que são presos por cometerem crueldade contra animais. Neste ano ( 2001) 18 estados estão trabalhando em leis contra crueldade (felony) melhorando as que já existem, no sentido de fazer com que esse tipo de crime seja considerado crime passível de sentença pesada. Em adição, cinco estados - Florida, Virginia, Arizona, Carolina do Sul e Massachusetts- introduziram leis que obrigam as denúncias de crueldade contra animais que chegam aos órgãos de controle Animal (canis municipais e abrigos), sejam estudadas em conjunto com denúncias contra crianças que chegam aos serviços especializados de proteção a elas.

Além dos esforços em relação à legislação, muitas comunidades americanas j· estão desenvolvendo programas anti-violência que têm a intenção de prevenção, usando a conexão violência contra animais/ violência contra humanos, para identificar e dar assistência a animais e humanos vulneráveis à posição de vítimas. Departamentos de polícia, grupos de assistência social, abrigos para vítimas de violência doméstica, educadores e outros grupos anti-violência estão trabalhando em conjunto com entidades de bem-estar animal, desenvolvendo interatividade no sentido de reduzirem violência doméstica e crueldade contra animais. Muitos desses programas se utilizam de comparações de relatos entre organizações ( que cuidam de crianças, animais e casos de violência em família) , trabalhando no sentido de encontrar uma solução conjunta.

Talvez o meio mais eficaz de se combater crueldade contra animais e violência humana seja a prevenção. A maioria dos maus tratos infligidos a animais e a humanos, é motivado por medo, ignorância e inabilidade de se ter empatia pelas necessidades e sentimentos de outros. Educação humanitária pode ser essencial para se introduzir o conhecimento de valores que podem ajudar a prevenir crianças de começarem a percorrer um caminho destrutivo. Esses esforços não podem desfazer gerações de abusos, mas eles podem ser um significado efetivo no sentido de quebrar o ciclo de violência em família, de uma geração para outra.

Texto original: http://www.hsus.org - Humane Society of the United States