Mas o que foi visto, foi um verdadeiro rodízio de pizzas. O cenário foi repleto de interesses econômicos, principalmente se tratando dos Estados Unidos e da China, os quais se acharam no direito de ditarem suas regras para o mundo. Assim, a COP15 não chegou nem perto de realizar o que tinha proposto, limitando-se a reconhecer formalmente a necessidade da contenção do aumento da temperatura global em 2 graus Celsius e a criar um fundo de U$$ 100 bilhões para os países subdesenvolvidos, que estará disponível até 2020.
Já os tópicos relacionados à destruição do nosso planeta, catástrofes climáticas e o consumo de carne foram limitados aos manifestantes e algumas figuras do cenário da defesa ambiental, do qual pode-se citar Paul MacCartney (que lançou a campanha mundial Segunda Sem Carne), a presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira Marly Winckler e a senadora Marina Silva.
Porém o que me deixou mais intrigado foi o fato de nada se ouvir sobre as reduções do consumo de carne, sendo que uma pesquisa realizada em 2009 pelo WordWath Institute, uma das mais respeitadas ONGs do planeta, citou o resultado devastador de que 51% das emissões globais de CO2 se devem ao consumo de produtos de origem animal.
Portanto, o que se notou durante a conferência foi uma total falta de respeito ao nosso planeta, ao se negligenciar um assunto tão importante como esse. Também foi possível ver o elevado grau de egoísmo humano, que faz com que não nos preocupemos com o amanhã e muito menos com os outros seres, pois tudo o que importa é o nosso conforto e a nossa comodidade.
Assim, não espere que nosso políticos resolvam o grande problema que é o Aquecimento Global, pois o fracasso em Copenhagen só serviu para reafirmar que em uma sociedade movida pelo consumo, boa vontade, ética e respeito não tem vez ao ditarem as regras. Então, é necessário que a mudança parta inicialmente de nós mesmos, começando com a mudança de nosso hábitos de consumo e alimentação. Afinal o que está em jogo agora não é a sobrevivência das outras espécies, mas a sobrevivência da nossa.
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