segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mega Macarronada Vegan

 A Sovenp tem o prazer de lhe convidar para uma Mega Macarronada Vegan

Venha Participar desta deliciosa vivência vegetariana, dia 20/2/2011, às 10 horas em Maringá.
Serviremos uma deliciosa macarronada, com diversos molhos vegetarianos, e sobremesa!
Como tema para o encontro, serão colocados em pauta as decisões e propostas para a realização do Ato Informativo no Dia Mundial Sem Carne.

Traga amigos e familiares!

Confirmar presença até 18/02 às 12 horas.

Data: 20/2/2011
Investimento: Preço de custo, a ser divulgado.
Local: Rua São João, 408. Salão de festas no primeiro andar.
Qualquer dúvida, no dia: 44 9815 8339(Ricardo)
                                  44 9985 1608 (Lenon)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Dor do Abandono

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dieta Vegana X Dieta Onívora

 Fonte: http://vista-se.com.br/redesocial/dieta-vegana-x-dieta-onivora/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+vista-se+%28Vista-se%29
 
Não sou nutricionista nem médico, sou apenas um futuro biólogo com uma certa experiência em esportes de resistência e como todo bom vegano, um tanto quanto autodidata em nutrição. Mesmo assim gostaria de compartilhar com todos a minha visão sobre a dieta vegana em relação à onívora, sob o aspecto estritamente nutricional. Muitos veganos, talvez até a maioria, defendem que a dieta vegana seja mais saudável que a onívora e do outro lado temos os onívoros defendendo arduamente o contrário.
Pois bem, eu discordo de ambos os lados. Há algum tempo defendo que as duas dietas são equivalentes, não existe uma mais saudável que a outra. Do ponto de vista nutricional as duas dietas desde que sejam balanceadas são igualmente saudáveis, novamente, é simplesmente uma questão de equilíbrio, a chave de tudo na vida!
Muitos devem estar se perguntando onde, eu como vegano, estou querendo chegar. Na verdade quero esclarecer que tentar promover o veganismo a partir de declarações equivocadas de que a dieta vegana é nutricionalmente mais eficiente que a dieta onívora é um grande erro. Primeiramente, porque não existe qualquer comprovação científica disto, sendo que já existem várias comprovações científicas de que ambas as dietas podem ser completamente compatíveis com os mais altos patamares de saúde e de desempenho esportivo, desde que sejam balanceadas.
Em segundo lugar, porque apesar de algumas pessoas, assim como eu, terem chegado ao veganismo em busca de uma alimentação mais saudável, dificilmente alguém permanecerá na dieta vegana para o resto da vida por um outro motivo que não seja o bem estar animal, mesmo porque, qualquer outro motivo é secundário.
Por isso, é que considero um desperdício de energia tentar promover o veganismo através do argumento de que a dieta vegana é a mais saudável. Porque para promover o estilo de vida vegano, nós não precisamos que a dieta vegana seja superior, basta que ela seja tão boa quanto!
Esse, talvez seja nosso maior argumento, pois se, adotando a dieta vegana é possível obter os mesmos índices de saúde e desempenho físico que a dieta onívora balanceada, então qual o sentido de continuar derramando sangue e proporcionando tanto sofrimento aos animais? Esse deve ser o enfoque principal em defesa e promoção do veganismo, não tanto o valor nutricional da dieta vegana, mas sim os valores éticos e morais de todo um ESTILO DE VIDA VEGANO. 

Daniel Meyer

sábado, 10 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Leite de Amendoim


Ingredientes:
1 xícara de amendoins crus;
3 xícaras de água

Tenha uma peneira bem fina à disposição (funis para coar óleo são ótimos para fazer leites vegetais) ou uma peneira grossa e um pano limpo.

Instruções:
Em uma panela ampla e fina, comece a torrar os amendoins, parando assim que as cascas começarem a soltar. Com as mãos, esfregue-os até soltar completamente a pele, despreze-as e coloque as sementes no liquidificador com água. Bata até ficar bem homogêneo.
Passe aos poucos pela peneira fina, espremendo bem o resíduo. Se não tiver, pela peneira grossa, reforçando depois com um pano. Algo ideal para coar é o tecido conhecido como Voal.
Guarde o resíduo e o leite em geladeira, utileze para outras receitas como por exemplo creme de amendoim ou pasta.
Este leite é delicoso para tomar puro e tambem pode ser utilizado em outras receitas

obs: Costumo fazer com o amendoim cru e fica muito gostoso

Sobre o leite de vaca

Cada vez mais a população se consciencializa de que uma alimentação correta é essencial para a obtenção de uma melhor saúde física e mental. Surgem por todo o lado lojas de produtos naturais e muitos supermercados têm uma seção denominada de produtos naturais e mais recentemente produtos biológicos.

Somos alertados pelos órgãos de comunicação social para os perigos em que incorremos quando ingerimos gorduras saturadas sob a forma de carne vermelha e ovos, açúcar refinado ou álcool. No entanto, é interessante verificar que os lacticínios, em especial o leite, são sempre considerados alimento "perfeitos" e completos. Fornece-se gratuitamente leite às crianças em idade escolar, existindo mesmo um subsídio estatal para o efeito.

Desde muito pequenos nos ensinam que o leite é o rei dos alimentos e nos dá a proteína e o cálcio necessários para nos fazer crescer. Todos os dias nos são expostos estudos científicos sobre as vantagens dos lacticínios, estudos esses que não ousamos pôr em causa. Mas será que o leite e os seus derivados são alimentos tão benéficos quanto aparentam ser?

Estudos recentes demonstram que o leite além de não ser assim tão benéfico para a nossa saúde pode ser até extremamente prejudicial. A ingestão regular de leite de vaca tem sido associada a uma multiplicidade de desordens, que incluem alergias, asma, otites, problemas do sistema reprodutor tais como infertilidade e impotência, problemas gastrointestinais, agressividade, etc. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, realçaram também o fato de que as crianças amamentadas com leite materno apresentam coeficientes de inteligência bastante mais elevados do que aquelas que são alimentadas com leite de vaca e derivados. Não podemos menosprezar tais estudos, realizados por eminentes cientistas em todo o mundo. E nem sequer necessitaríamos da colaboração da ciência, se utilizássemos o nosso bom senso: qual o animal, excetuando o homem, que continua a beber leite depois de desmamado?

Porque razão nos devemos alimentar de um produto que foi concebido pela Natureza para nutrir os bezerros? Será que as características fisiológicas de um ser humano são as mesmas de um bezerro? Ao analisarmos as diferenças entre o leite materno e o leite de vaca verificamos que, apesar de ambos parecerem semelhantes em composição, existem entre eles diferenças significativas: O leite de vaca contém três vezes mais cálcio, três vezes mais proteína e dois terços mais hidratos de carbono do que o leite humano.

Estas diferenças são devidas aos diferentes padrões de crescimento a que obedece o crescimento de um bezerro e o de um bebê. À nascença, o cérebro e o sistema nervoso do bezerro estão completamente desenvolvidos, pelo que este necessita de muito mais cálcio e proteína para aumentar a sua estrutura óssea e desenvolvimento muscular. O cérebro do ser humano, contudo, aquando do nascimento, só está 23% desenvolvido, sendo os nutrientes contidos no leite materno necessários para completar o desenvolvimento do sistema nervoso central. Enquanto que um bezerro aumenta nas primeiras semanas cerca de 37 quilos, um bebê, no mesmo espaço de tempo, aumenta apenas 1 a 2 quilos. O corpo do ser humano foi concebido para crescer mais lentamente e o leite humano contribui para este processo. Outra diferença, fundamental mas geralmente desdenhada, entre os leites humano e de vaca, é o tamanho ou qualidade das suas moléculas. O leite de vaca contém proteína e outros fatores nutricionais que se podem assemelhar ao leite humano. Contudo, as moléculas do leite de vaca são maiores do que as do leite humano. Uma das possíveis conseqüências de tais diferenças é as crianças alimentadas com leite de vaca se tornarem física e emocionalmente mais passivas e dependentes. O leite humano também fornece anticorpos que evitam a proliferação de bactérias e vírus indesejáveis, imuniza o corpo contra doenças e infeções, promove glóbulos brancos fortes (células T que destroem bactérias prejudiciais) e produz B. bifidum, um tipo único de bactéria, que se encontra nos intestinos dos bebês, criando resistência a uma variedade de microrganismos. Já nos anos trinta estudos governamentais indicaram que as crianças amamentadas com leite materno tinham um índice de mortalidade infantil significativamente inferior ao das crianças amamentadas com leite de vaca.

Existem também certos fatores nutricionais que não devemos menosprezar ao considerarmos os lacticínios como alimento apropriado para seres humanos. A proteína do leite de vaca e a do leite humano são diferentes: a primeira é denominada caseína, e a segunda lactalbumina.

Apesar de o leite de vaca conter uma quantidade de proteína superior à contida no leite humano, esta é de difícil assimilação pelo nosso sistema digestivo, coagulando com freqüência e provocando problemas digestivos, dos quais o mais comum é a diarréia. A proteína do leite humano é de muito mais fácil digestão e assimilação. No que respeita a gorduras, as contidas no leite de vaca e em produtos como o queijo ou o iogurte são saturadas e de difícil digestão, contribuindo para um aumento de colesterol e ácidos gordos, substâncias que estão diretamente relacionadas com a elevada incidência de doenças cardiovasculares e cancro.

5Interessante também acerca dos lacticínios é o fato de a lactose, um açúcar simples contido no leite, necessitar para ser digerida de uma enzima produzida nos intestinos, denominada lactase. A lactase, geralmente, só é produzida até aos dois, quatro anos de idade, ou seja, durante a idade da amamentação. Apesar de em algumas raças a lactase ser produzida mesmo após os quatro anos de idade, isto acontece numa percentagem muito pequena da população, nomeadamente em povos que ingerem grande quantidade de lacticínios há muitos anos, e cujos sistemas digestivos estão completamente transformados, assemelhando-se aos sistemas digestivos dos ruminantes, criando mesmo uma espécie de rúmen característico destes animais.

Todos os pontos até aqui apresentados deveriam ser suficientes par a nos fazer refletir se o consumo de produtos lácteos nos traz na realidade benefícios ou não. Mas consideremos também o modo como o leite moderno é tratado, e a forma como os animais são alimentados e medicados (alimentação altamente artificial destinada a fazê-los produzir a maior quantidade de leite possível e medicação com antibióticos para os tratar das infeções que esta alimentação lhes provoca.). Nos anos setenta, nos Estados Unidos, foi feita a experiência de alimentar alguns bezerros com leite comercial de vaca, verificando-se que todos eles morreram após algumas semanas. As conclusões a retirar da experiência são demasiado evidentes para que seja necessário explicá-las.

Freqüentemente ouvimos dizer que os lacticínios são o principal detentor de cálcio, quando há muitos outros alimentos com quantidades de cálcio superiores, raramente mencionados, talvez por não estarem associados com este moderno mito e não darem tão grandes lucros aos seus produtores.

Alimentos como os vegetais verdes de rama ou as algas marinhas, utilizados na alimentação tradicional de muitos povos e que possuem propriedades nutritivas assaz grandes, têm quantidades de cálcio mais que suficientes para satisfazerem as nossas necessidades diárias.

Além disso, é mais importante a forma como assimilamos o cálcio do que propriamente a quantidade ingerida. É interessante notar que os países do mundo onde há uma maior incidência de osteoporose (enfraquecimento dos ossos por falta de fixação do cálcio) são precisamente aqueles onde existe um maior consumo de cálcio na forma de lacticínios. Existem tribos na África, onde as mulheres ingerem quantidades diminutas deste mineral, têm em média 9 filhos, que são por elas amamentados, e morrem por volta dos 80 anos, com toda a dentição e sem qualquer vestígio de osteoporose. Estudos mais recentes indicam que a forma como metabolizamos o cálcio está diretamente relacionada com a quantidade de proteína animal que ingerimos.

Assim, uma alimentação com um elevado teor de proteína animal, como é a alimentação moderna, afeta o metabolismo do cálcio, fazendo com que este mineral seja eliminado através da urina ou utilizado para neutralizar uma condição sangüínea mais ácida provocada pelo excesso de proteína.

A resposta para a osteoporose seria então uma alimentação com muito menos proteína e não necessariamente uma ingestão maciça de cálcio.

fonte: http://www.ahau.org/oleite.0.html

domingo, 13 de junho de 2010

iluminação



“Ser vegetariano é discordar, discordar do curso que
as coisas tomam hoje. Fome, crueldade, desperdício,
guerras – precisamos nos posicionar contra essas coisas.
O vegetarianismo é minha forma de posicionar.”
(Isaac Bashevis Singer)

“Comer carne é sobrevivência da maior brutalidade;
a mudança para o vegetarianismo é a primeira conseqüência
natural da iluminação.” (Leon Tolstoy)

“Sinto que o progresso espiritual requer, em
determinada etapa, que paremos de matar nossos
companheiros, os animais, para a satisfação dos
desejos corpóreos.” (Gandhi)

“A carne é o alimento de certos animais. Todavia,
não de todos, pois os cavalos, os bois e os elefantes se
alimentam de ervas. Só os que têm índole bravia e
feroz, os tigres, os leões etc., podem saciar-se em
sangue. Que horror é engordar um corpo com outro
corpo, viver da morte dos seres vivos.” (Pitágoras)

“A estrutura do homem, externa e internamente, comparada
com a de outros animais, mostra-nos
que as frutas e os vegetais suculentos constituem
sua alimentação natural.” (Lineu)

“O destino dos animais tem muito mais importância
para mim do que o medo de parecer
ridículo: está indissoluvelmente ligado ao destino do
homem.” (Emile Zola)

“Os vegetais constituem alimentação suficiente
para o estômago e, no entanto, recheamo-lo de vidas
valiosas.” (Sêneca)

“Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade
lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão.
A crueldade que os animais sofrem nas mãos
dos homens está além da nossa compreensão. Por
favor, ajude a parar com essa loucura.” (Richard Gere)

“Enquanto o homem continuar a ser destruidor
impiedoso dos seres animados dos planos inferiores,
não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto
massacrarem os animais, os homens se matarão uns
aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento
não pode colher a alegria e o amor.” (Pitágoras)

“Pudésseis viver do perfume da terra e, como uma
planta, nutrir-vos de luz.” (Khalil Gibran)

“Feliz seria a terra se todos os seres estivessem
unidos pelos laços da benevolência e só se nutrissem
de alimentos sem derrame de sangue. Os dourados
grãos, os reluzentes frutos e as saborosas ervas que
nascem para todos bastariam para alimentar e dar
fartura ao mundo.” (Gautama Buda)

fonte: Revista, Sinais de Figueira - 2º semestre de 2008

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Alimentos especiais terão espaço reservado em supermercados

Fonte: http://www.semlactose.com/index.php/2010/05/19/alimentos-especiais-terao-espaco-reservado-em-supermercados/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+semlactose%2FcQEG+%28Semlactose%29
Escrito por: Luciane

Celíacos, diabéticos e intolerantes à lactose paranaenses já podem comemorar uma importante vitória. Supermercados deverão oferecer espaço dedicado aos produtos para pessoas com restrições alimentares.

A lei no 16.496, de autoria do deputado estadual Marcelo Rangel, e sancionada pelo governador do Paraná, Orlando Pessuti, determina que todos os supermercados, e mercados com mais de três caixas registradoras para atendimento ao cliente, destinem um espaço exclusivo para a exposição de produtos alimentícios para pessoas com restrições alimentares.

De acordo com as informações da agência de notícias do Paraná, o secretário da Justiça e da Cidadania, desembargador Jair Ramos Braga, acredita que esta é uma questão de saúde pública, de justiça social e de política pública do governador. “Há muito as dificuldades em se identificar a composição dos alimentos tem produzido muitos prejuízos à saúde dos consumidores que não podem ficar à mercê da falta de informações necessárias ao consumo dos mesmos”, disse. “Com a lei, eles terão as informações necessárias ao entrar no supermercado e saberão se este fornece ou não esses alimentos; isso é respeito e acessibilidade”, comentou Rangel.

Os estabelecimentos que deixarem de cumprir a determinação receberão multa no valor de R$ 500 a R$ 25 mil, conforme a gravidade da infração e o porte econômico do comércio, além da conduta e do resultado produzido por esta. A lei entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial do Paraná.

Esta e outras iniciativas demonstram um aumento de conscientização por parte de nossos representantes políticos em relação as dificuldades enfrentadas por esta parte da população. Leila, do blog Delishville Sem Glúten, também comenta sobre a aprovação da nova lei e se demonstra otimista. Em seu post sobre o tema, ela acredita que em um futuro próximo esta lei ” já estará em âmbito nacional e com um número maior de produtos e fabricantes.”

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Debate MTV - Tema: Rodeios









domingo, 16 de maio de 2010

Os animais são sujeitos de direitos? O uso dos animais pelos homens. Entrevista especial com Daniel Lourenço

Segundo o advogado Daniel Lourenço, nós tratamos hoje os animais como coisas e não damos importância para a vida deles. Em entrevista, por e-mail, à IHU On-Line, ele diz que “houve períodos históricos em que os próprios seres humanos foram tidos como propriedade, como coisa, e tratados basicamente da mesma forma com que hoje tratamos os animais” e salienta que “os centros de pesquisa dentro das universidades baseiam-se no mito segundo o qual a pesquisa biomédica só é possível com experiências em animais”, o que, para ele, é mentira e anti-ético, uma vez que são usados argumentos relacionados à ética para rejeitar pesquisas e experimentos científicos com seres humanos.

Nesta entrevista, Daniel analisa a recém-aprovada Lei Arouca, que estabelece regras acerca do uso dos animais como cobaias. Ele também reflete acerca do direito e da ética animal a partir do uso que se dá aos animais hoje nas universidades, nas pesquisas universitárias e até mesmo pela sociedade em geral. “Acho eticamente complicado justificarmos o abate de animais para alimentação sob todos os prismas, principalmente quando temos alternativas alimentares plenamente viáveis nesse sentido. Comemos animais por prazer e hábito, não por necessidade”, disse ele.

Daniel Braga Lourenço é graduado em direito pela PUC-Rio com especialização em Direito Ambiental Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Realizou mestrado em Direito na Universidade Gama Filho. Atua como assessor jurídico na ONG Espaço Gaia, é coordenador do Instituto Abolicionista Animal e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Uerj.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Depois de muitos anos correndo no Congresso, o projeto que estabelece os critérios de uso de animais como cobaias foi aprovado e agora aguarda sanção do presidente Lula. Qual a sua avaliação sobre este projeto?

Daniel Lourenço – É triste constatar que todo esse tempo se mostrou insuficiente para que se percebesse que o PL n. 1.154/95 representa um retrocesso e não um avanço relativamente ao tema da utilização de animais na pesquisa científica. No campo ideológico, como partidário dos direitos dos animais, me oponho frontalmente a qualquer tipo de norma que corrobore a exploração e a instrumentalização dos animais. As chamadas leis de "bem-estar animal", entre as quais indubitavelmente se inclui o PL supramencionado (comumente designado como "Lei Arouca"), trabalham com o equivocado paradigma do animal como coisa, como propriedade. Por essa razão, o âmbito de eficácia desse tipo de lei é, em realidade, bastante reduzido no que se refere à real salvaguarda dos interesses mais básicos dos seres envolvidos nas atividades humanas que estas leis pretendem regulamentar. A analogia com a escravidão humana é bastante ilustrativa para compreendermos melhor esse ponto.

Como é sabido, houve períodos históricos em que os próprios seres humanos foram tidos como propriedade, como coisa, e tratados basicamente da mesma forma com que hoje tratamos os animais. Com o passar do tempo, principalmente a partir do século XVII, houve leis de "bem-estar" para os escravos, tal como hoje temos leis de "bem-estar" para os animais. Existiram normas, por exemplo, que limitavam ou reduziam a quantidade de açoites diários. É claro que, do ponto de vista meramente quantitativo, isso representava uma melhoria na condição do escravo, pois é sempre melhor receber menos castigo do que mais. Todavia, do ponto de vista qualitativo, esse tipo de norma não retirava o escravo da odiosa condição de objeto. O mesmo ocorre com os animais. As leis de proteção animal eventualmente podem acarretar melhorias pontuais, quando muito, mas não retiram a condição do animal como coisa. O PL 1.145/95, nesse sentido, não traz um questionamento sobre a moralidade em si de utilizarmos animais como objetos de pesquisa, mas apenas regulamenta essa atividade, anestesiando a consciência do cidadão não atento às raízes do problema.

IHU On-Line – Que novas perspectivas podemos ter em relação ao direito dos animais no Brasil? De que forma essa lei pode evoluir?

Daniel Lourenço – As perspectivas a curto prazo não são boas, até porque o Brasil, para não fugir à regra dos demais países, não reconhece os animais como autênticos sujeitos de direitos. Os animais, portanto, não titularizam direitos subjetivos e continuam indevidamente atados ao dogma da coisificação: são tidos como "bens móveis" pela legislação civil e "recursos naturais" pelas leis ambientais. Essa visão instrumental revela o caráter descartável da vida não-humana. Vale a pena novamente frisar que há uma distinção clara entre a ideologia do protecionismo animal e dos direitos dos animais propriamente ditos. Como mencionado, as ditas leis de proteção animal apenas regulamentam o uso dos animais, colocando eventuais salvaguardas no intuito de minimizar o paradoxal "sofrimento desnecessário", mas jamais questionam a moralidade dessas mesmas instituições e condutas. A teoria dos direitos dos animais, por sua vez, tendo por base o fato de que boa parte dos animais é senciente, postula o rompimento da idéia de que deles possamos fazer uso como meios para nossos fins, incompatível, portanto, com o paradigma do animal como propriedade.

Como afirma Tom Regan, não queremos jaulas vazias ou maiores, não queremos jaulas. Nessa linha, não lutamos pela regulamentação e sim pela abolição da utilização de animais. Muito embora o desafio seja gigantesco, vemos que, paulatinamente, o tema dos direitos dos animais vem sendo discutido com maior seriedade no meio acadêmico e com isso, vem ganhando legitimidade. Exemplo disso é o crescente envolvimento de pessoas sérias e renomadas no estudo do tema, e da existência, por exemplo, de uma "Revista Brasileira de Direito Animal", bem como da realização, agora em outubro, do "I Congresso Mundial de Bioética e Direito Animal na Universidade Federal da Bahia". Não vejo como as leis de bem-estar possam efetivamente "evoluir", a não ser que deixem de regulamentar e passem a abolir o uso de animais. O paradigma do modelo animal pareceu viável nos séculos XVIII e XIX, pois os conhecimentos fisiológicos e anatômicos ainda eram bastante incipientes. Hoje, em pleno século XXI, essas idéias são claramente comodistas e obsoletas.

IHU On-Line – Como o senhor avalia a forma como os animais são usados dentro das universidades e centros de pesquisa?

Daniel Lourenço – Os centros de pesquisa dentro das universidades baseiam-se no mito segundo o qual a pesquisa biomédica só é possível com experiências em animais. Isso é uma falácia e, mesmo que não fosse, a pesquisa não-consentida deveria ser rejeitada com base em argumentos nos mesmos argumentos éticos que utilizamos para vedá-la quando feita em humanos. De fato, a pesquisa científica que faz uso de animais convive com um paradoxo insolúvel, qual seja: ou os animais são iguais a nós em todos os aspectos biológicos relevantes e não devemos levar adiante a pesquisa não-consentida pelas mesmas razões pelas quais não a conduzimos em seres humanos, ou os animais são diferentes de nós nesses mesmos aspectos e, por esse motivo, pela impossibilidade real de extrapolação e derivação de resultados, a pesquisa seria igualmente injustificável do ponto de vista técnico. Mesmo sob uma ótica meramente reformista, as universidades deveriam priorizar o uso de recursos substitutivos, garantir a objeção de consciência e vedar absolutamente a repetição de experimentos com resultados conhecidos. Penso, no entanto, que o real enfrentamento do tema nos leva a concluir, tanto do ponto de vista técnico, como ético, pela rejeição ao modelo animal.

IHU On-Line – Hoje, 115 milhões de cobaias são usadas em um ano, para pesquisas científicas. Como avalia as leis de controle de uso de cobaias no mundo?

Daniel Lourenço – As leis de controle de uso de cobaias no mundo tendem a adotar a filosofia dos 3R's (Replacement, Reduction, e Refinement). Sob esse prisma, são tidos como métodos alternativos todos os que se propõem a reduzir o número de animais utilizados para a execução de um determinado experimento, diminuir o sofrimento animal por meio do refinamento da técnica e da completa substituição do uso de animais por outros métodos. A meu juízo, somente a última espécie se coaduna com o que dispõe o § 1º do art. 32 da Lei n. 9.605/98. No entanto, contaminados por uma filosofia cartesiana, o experimentador é comumente dessensibilizado ante o sofrimento de seus pacientes. A dor e o sofrimento em sentido amplo são manifestações primariamente orgânicas que se revelam igualmente relevantes tanto em humanos quanto em não humanos. Não há qualquer razão do ponto de vista científico ou moral para que consideremos que esses estados negativos menos importantes quando sentidos por animais não-humanos. É somente por um especismo ordinário, tão simplório quanto o racismo mais descarado, que vedamos aos animais o acesso a essa esfera mínima de garantias e de igual consideração de interesses.

IHU On-Line – Como o senhor trata a Teoria dos Entes Despersonalizados?

Daniel Lourenço – A obra Direito dos animais: fundamentação e novas perspectivas (Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2008), fruto de minhas pesquisas por ocasião da realização do mestrado em Direito, pretende discutir criticamente o paradigma do animal como propriedade. Nesse sentido, procuro fundamentar a colocação do animal como sujeito de direito. Para tanto, temos várias alternativas. A maior parte da escassa doutrina abolicionista no país tenta fazê-lo utilizando-se da categoria de "pessoa". Embora não discorde fundamentalmente de que animais possam eventualmente vir a ser categorizados como "pessoas" no âmbito do Direito, acredito que essa opção revela uma difícil implementação de ordem prática, pois necessitaríamos de uma modificação legislativa significativa.

Além disso, certamente esbarraríamos no nosso "orgulho de espécie" por meio do qual é sempre mais complexo o processo de inclusão de não-humanos dentro de uma mesma categoria em que figuram os humanos, que sofreriam uma "ameaça conceitual". Procurando fugir desses problemas, desenvolvo criativamente uma distinção conceitual entre pessoa e sujeito de direito, afirmando que há sujeitos de direitos personificados (pessoas) e sujeitos de direitos despersonificados ou despersonalizados. Entre os sujeitos de direito personificados, teríamos os humanos (pessoas humanas) e não-humanas (pessoas jurídicas), o mesmo acontecendo com os não-personificados. Teríamos entes despersonalizados humanos (embrião) e não-humanos (entes do art. 12 do CPC, por exemplo, e os animais). Essa solução me parece menos traumática e mais palatável.

IHU On-Line – Além do uso de animais como cobaia, como você vê os sistemas de criação e abate de animais para consumo hoje no país?

Daniel Lourenço – Tal como mencionado, as leis que regulamentam o também paradoxal "abate humanitário" trabalham sob o paradigma do animal como instrumento, como coisa. Para os fins de proteção do interesse desses animais de continuarem a viver de acordo com o seu ciclo biológico natural, de nada adianta que a sua morte seja pretensamente indolor ou que até o abate seja tratado do modo mais "humanitário" possível. Para eles o fim será sempre o mesmo: a morte. Se defendo que animais têm o direito à vida, me oponho a que sejam utilizados para o abate, não importa o quão tecnicamente refinado seja esse abate. Acho eticamente complicado justificarmos o abate de animais para alimentação sob todos os prismas, principalmente quando temos alternativas alimentares plenamente viáveis nesse sentido. Comemos animais por prazer e hábito, não por necessidade.

IHU On-Line – Gostaria de refazer uma pergunta que o senhor fez a si mesmo no texto "a 'textura aberta' da linguagem e o conceito jurídico de animal". Na linguagem do Direito, quais os seres vivos que poderiam ser abarcados no conceito de animal? Como são feitas as diferenciações entre os animais dentro do debate sobre ética animal e direito animal

Daniel Lourenço – No artigo que você menciona, procurei fazer uma abordagem sobre o conceito jurídico de animal. Percebemos nitidamente que esse conceito sofre diversas distorções à mercê dos nossos próprios interesses. É, de fato, bastante curioso, por exemplo, verificar, que de acordo com nossa legislação, o homem mesmo não é tido como uma espécie animal, pois o art. 17 do Decreto n. 24.645/34 define animal como sendo "todo ser irracional, quadrúpede ou bípede, doméstico ou selvagem, exceto os daninhos". Repare que há um retorno romântico, quase que mítico à mentalidade pré-darwiniana do homem como semi-divindade, colocado absolutamente apartado no ápice da "Grande Cadeia do Ser". Nesse sentido, a meu juízo, há uma supervalorização do problema de se definir onde se situa a linha biológica a partir da qual os animais titularizariam direitos ou não. Muito embora, nesse sentido, admita que exista, de fato, uma zona de incerteza onde não sabemos precisar se determinadas espécies fariam jus a essa inclusão como sujeitos de direitos (ex.: insetos e microorganismos), há uma zona de certeza bastante significativa que inclui a vasta e larga maioria dos animais que exploramos diariamente.
fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=17048